quinta-feira, dezembro 03, 2009

O percurso

Um dia, descobrimos um nódulo. Não. Muitos nódulos, nas axilas foi o meu caso. No dia seguinte estamos no ginecologista, pois o primeiro pensamento vai direitinho para a mama. Andamos meses a tentar descobrir o que seja. Não, está tudo bem. E vimos para casa "descansados"...
Não, não estava tudo bem! Temos a sorte de ter um médico de família interessado e informado. Vai à procura do que será. Logo na primeira consulta lhe dá nome: "A senhora ou tem uma leucemia ou um linfoma." Eu tinha-lhe pedido para ser directo comigo, e ele foi. Estou-lhe grata.
Excluída a leucemia porque os valores do sangue nas análises estavam bem, soube, logo nesse dia, o nome da minha doença "linfoma", só faltava ter as provas científicas que chegaram algum tempo depois.
Imediatamente o caminho foi o da quimio. Nós ficamos nas mãos dos médicos, vemos neles os "salvadores". E regrediu! Imaginam a alegria?
Foi sol de pouca dura... houve uma primeira recidiva e novo tratamento. E regrediu! Mas a alegria já não podia ser a mesma...
E houve nova recidiva... e novo tratamento. Este um malogro.
Experimentemos um tratamento diferente: radioimunoterapia. E regrediu! Mas o sol ainda brilhou menos...
Novo tratamento...
Este será o meu percurso até o meu organismo aguentar...
Maior probabilidade de o sol poder brilhar durante mais tempo ou mesmo de cura? Tansplante de medula óssea.
Nos casos dos linfomas, recorre-se, normalmente, a um tipo de transplante em que é usada a medula do próprio doente que, depois de "tratada", regressa ao seu corpo. Mas a má nova chegaria, assim como quem não quer a coisa... "os transplantadores são da opinião de que a sua medula já não pode ser usada por ter feito quimioterapia demais..." Assim... dito como quem dissessse "hoje não pode ir à horta apanhar feijões..."
Resta-me que apareça um anjo que me guarde... alguém compatível comigo que me possa doar parte de si tão importante para mim.
Resolvi pôr este apelo na minha página do Faceboock e as minhas amigas divulgaram e divulgaram e continuam a divulgar e agora aqui estou eu, a fazer uma coisa que, tempos atrás, para mim, seria impensável: falar sobre o meu caso desta forma...
E, se alguém se inscrever como dador, se não for compatível comigo, que o seja com outra pessoa qualquer, de qualquer parte do mundo. Há por aí tantos como eu!
Para ter informação sobre transplante de medula, pode seguir o link:
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4 comentários:

Ana Mendes da Silva disse...

Vai aparecer. Rapidamente. Nós sabemos que sim. E apesar de nem todas podermos doar, podemos continuar a passar a mensagem. E acreditar em conjunto contigo.

Margarida Azevedo disse...

Eu, para comentar este texto, preciso de uns dias :)

Parabéns, Zé! Bjos!

letícia disse...

=)

zinha disse...

Beijinho verde:)

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